Sobre afetos e fardas
gestão militar e emocionalidade em abrigos para venezuelanos em Roraima, Brasil.
DOI:
https://doi.org/10.1590/1980-85852503880006614Palavras-chave:
emoções, estado, militares brasileiros, migrantes venezuelanos, Operação Acolhida, Boa VistaResumo
O presente artigo tem por objetivo discutir o impacto das emoções sobre a execução de políticas governamentais. No caso específico, o lugar das reações afetivas na conduta dos militares brasileiros que têm a missão de abrigar venezuelanos, migrantes e solicitantes de refúgio, em Boa Vista, Roraima. Com base em dados etnográficos coletados por meio de entrevistas e observação de campo, contrastamos a "acolhida oficial”, supostamente impessoal, e a "acolhida emocional” que é afetada pelo sofrimento do Outro. O duplo vínculo dos militares com a manutenção da ordem e com a assistência social revela a ambivalência da chamada Operação Acolhida enquanto política de securitização e missão humanitária. O artigo gira em torno das implicações de uma "descontinuidade emocional" para a continuidade da ação estatal, apresentando o militar enquanto uma pessoa ciborgue, transitória de emoção e disciplina, ao mesmo tempo pele e farda.
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