“I’m an Immigrant”: cosmopolitismo, alteridade e fluxos comunicacionais em uma campanha anti-xenofobia no Reino Unido
DOI:
https://doi.org/10.1590/1980-85852503880004603Palavras-chave:
Migrações transnacionais, cosmopolitismo, alteridade, fluxos comunicacionais, Reino Unido.Resumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre as relações entre comunicação, cosmopolitismo e alteridade nos processos migratórios, a partir da análise crítica do discurso de uma campanha publicitária anti-xenofobia, denominada “I’m an Immigrant”, realizada em 2015 no Reino Unido. A partir de uma discussão conceitual acerca das noções de cosmopolitismo, identidades e alteridade nas suas conexões com as representações e práticas de cidadania das migrações transnacionais, analisamos os discursos dos textos das peças da campanha que foram veiculadas em espaços urbanos da cidade de Londres e em espaços digitais da internet. A análise evidenciou que a campanha colabora para atribuir visibilidade aos migrantes a partir da singularização de suas trajetórias. Contudo, essa singularização se constrói, por um lado, a partir da ênfase em uma dimensão economicista que associa imigração a trabalho, sem expor suas contradições, e, por outro lado, é fundamentada em um modelo ocidental, branco e laico que opera para o apagamento de diferenças que constituem as culturas migratórias do Reino Unido.
This article aims to reflect on the relationship between communication, cosmopolitanism and alterity in migration processes, based on the critical discourse analysis of an anti-xenophobia advertising campaign called “I’m an Immigrant”, held in 2015 in the UK. From a conceptual discussion on notions of cosmopolitanism, identity, alterity, in its connections with representations and citizenship practices of transnational migrations, we analyzed the discourses of the campaign pieces’ texts that have been placed in urban areas of the city of London and in digital spaces on the internet. The analysis showed that the campaign contributes to give visibility to migrants, singularizing their trajectories. However, this singularity is built on the one hand, on the emphasis in an economistic dimension that associates immigration to work, without exposing its contradictions, and, on the other hand, based on a western, white and secular model, which operates for the erasure of differences that constitute UK´s migratory cultures.
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