Características demográficas e a voluntariedade da migração
DOI:
https://doi.org/10.1590/1980-8585250319880004514Palavras-chave:
Migração forçada, seletividade, relações de poderResumo
Embora os deslocamentos populacionais sejam normalmente divididos entre movimentos forçados ou voluntários, a maior parte das migrações dificilmente irá enquadrar-se em um desses tipos extremos. O objetivo deste artigo é discutir, conceitualmente, como a idade e o sexo atuam sobre o comportamento migratório, configurando tipos específicos de migrantes cujos deslocamentos possuem diferentes “graus” de voluntariedade. Dar-se-á destaque às relações de poder envolvidas no processo de tomada de decisão para a migração, que fazem com que as migrações de muitos indivíduos sejam um fenômeno involuntário, na medida em que estes não participam ou não tem seus interesses levados em conta durante o processo. O artigo destaca a importância de considerarmos que a maior parte dos indivíduos não migra só ou não tem a migração como um projeto exclusivamente pessoal e que, mesmo aqueles que migram de maneira forçada, muitas vezes provocam a migração de outros cujo estímulo migratório é determinado por relações de dependência, suporte ou afeto. Destaca a importância de estarmos atentos para as mudanças nas formas de organização social que interferem nesse processo, assim como em suas implicações para a configuração do significado atual da mobilidade espacial da população.
Although the population movements are usually divided between forced or voluntary, most migration will hardly fit into one of these extreme types. The aim of this paper is discuss conceptually as age and sex of the migrants act upon migratory behavior by setting specific types of displacements that have different levels of willingness. We will stress the power relations involved in the decision making process for migration, which determines that the migrations of many individuals are involuntary phenomenon, to the extent that they do not participate or do not have their interests taken into account in the decision making process. The article stress the significance of considering that the majority of individuals do not migrate alone as well as do not have migration as a uniquely personal project and, even that individuals involved in forced migration, so often cause the migration of other individuals whose migration stimulus is determined by relations of dependence, support or affection. Thus, highlights the importance of being alert to changes in the forms of social organization and their implications for the current meaning of the spatial mobility.
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