Angola

economia e empreendedorismo dos migrantes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-858525038800033107

Palavras-chave:

migrantes, investimento, economia

Resumo

Este artigo pretende analisar as iniciativas de empreendedorismo dos migrantes em Angola, destacando sua contribuição tanto para a economia angolana quanto para a dos países de origem. Essa análise é relevante também por questionar a ideia de que os migrantes seriam “parasitas”. O artigo é dividido em três partes: a primeira diz respeito ao crescimento econômico e aos fluxos migratórios para Angola; a segunda aborda os setores econômicos em que os migrantes desenvolvem as suas iniciativas empresariais; a terceira analisa as particularidades de Luanda, que concentra 75% dessas iniciativas, bem como as peculiaridades do mercado de trabalho de Angola. As três partes são precedidas por uma introdução e seguidas por uma conclusão: a introdução destaca o contexto da chegada dos migrantes e a conclusão apresenta as perspectivas futuras das suas iniciativas empresariais. Este artigo baseia-se na observação participante e na pesquisa bibliográfica.

Biografia do Autor

  • Avelino Chico , Università Pontificia Gregoriana, Roma, Itália

    SJ, Oficial do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Professor de migrações internacionais, paz e ecologia integral da faculdade de ciências sociais da Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma. Roma, Itália. E-mail: avelinochc621@gmail.com - ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5091-7955.

Referências

ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Angola. 2025. Disponível em: <https://www.acnur.org/donde-trabajamos/pais/angola>. Acedido em: 22.08.2025

______. Avaliação do programa de reintegração de refugiados do ACNUR em Angola. Geneva: ACNUR, 2008.

ADANGBA, Victor. Jesuits’ Concern for Migration and Development in West Africa. In: BIHUZO, Rigobert (ed.). Migration in and out of Africa: Jesuits Ministry Outlook. Nairobi: Paulines Publications Africa, 2015, p. 34-46.

ALDEN, Chris. China in Africa. London: Zed Books, 2007.

ALONSO, José. Tiempo de emigración: factores, prejuicios y consecuencias. Revista de Estudios Sociales y de Sociología Aplicada, n. 147, 2007, p. 11-25.

ANGOLA. Decreto Presidencial n.º 43/17 de 6 de março, regula o exercício da atividade profissional de trabalhadores estrangeiros não residentes em Angola. 2017.

______. Lei n.º 20/11 de 20 de maio, Lei do Investimento Privado em Angola. 2011.

______. Lei n.º 7/15 de 15 de junho, Lei Geral do Trabalho em Angola. 2015.

______. Lei n.º 14/15 de 11 de agosto, Lei do Investimento Privado em Angola. 2015.

______. Lei n.º 9/18 de 26 de junho, Lei do Repatriamento de Recursos Financeiros em Angola. 2018.

______. Lei n.º 10/18 de 26 de junho, Lei do Investimento Privado em Angola. 2018.

ÅKESSON, Lisa. Postcolonial Portuguese Migration to Angola: Migrants or Masters? New York: Springer International Publishing, 2018.

ARANGO, Joaquín. Las ‘leyes de las migraciones’ de EG Ravenstein, cien años después. Reis, n. 32, 1985, p. 7-26.

BENDER, Gerald Jacob. Angola under the Portuguese: The Myth and the Reality. California: University of California Press, 1978.

CACHÓN, Lorenzo. Itinerarios laborales de los inmigrantes: mercado de trabajo y trayectorias sociales. In: TORNOS, André (ed.). Los inmigrantes y el mundo del trabajo. Madrid: Universidad Pontificia Comillas, 2003, p. 41-78.

CAMPOS, Indira; VINES, Alex. Angola and China: A Pragmatic Partnership. CSIS Center for Strategic and International Studies, 2008, p. 1-26.

CARCIOTTO, Sergio. Human Mobility in Angola. In: BAGGIO, Fabio (ed.). Africans on the Move: Human Mobility in Ghana, Nigeria, Angola and South Africa. Cape Town: Scalabrini Institute for Humans Mobility in Africa, 2014, p. 117-159.

CHICO, Avelino. Extranjeros (inmigrantes) en Luanda (Angola): su integración en el sector econômico de la construcción, salud y economía informal. Beau Bassin: Editorial Académica Española, 2019.

CORKIN, Lucy. Angolan Political Elites’ Management of Chinese Credit Lines. In: ALVES, Ana; POWER, Marcus (eds.). China and Angola: A Marriage of Convenience? Cape Town: Pambazuka Press, 2012, p. 45-67.

CORKIN, Lucy. Uncovering African Agency: Angola’s Management of China’s Credit Lines. Oxford: Routledge Editorial, 2016.

CORTINA, Adela. Aporofobia, el rechazo al poder: un desafío para la democracia. Barcelona: Espasa Libros, 2017.

COSTA, António. Construindo: desafios da efetivação do direito à habitação em Angola. Mosaiko, n. 18, 2013, p. 8-11.

DA SILVA, Filipa Ribeiro; ALEXOPOULOU, Kleoniki. Governing free and unfree Labor Migration in Portuguese Africa, 19th–20th century. In: DE HAAS, Michiel; FRANKEMA, Ewout (eds.). Migration in Africa: Shifting Patterns of Mobility from the 19th to the 21st Century. New York: Routledge, 2022, p. 178-202.

DIEGO, Prometeo. Migración, desarrollo, remesas y crisis económica internacional. Anuario Jurídico y Econômico Escurialense, n. 44, 2011, p. 187-208.

EXPANSÃO. Remessas lá para fora caem 43% para 246,6 milhões USD em 2024. Expansão, 2025. Disponível em:<https://www.expansao.co.ao/economia/detalhe/remessas-la-para-fora-caem-43-para-2466-milhoes-usd-em-2024-65134.html>. Acedido em: 27.08.2025.

FERNANDES, Sofia. China and Angola: A Strategic Partnership? In: ALVES, Ana; POWER, Marcus (eds.). China and Angola: A Marriage of Convenience? Cape Town: Pambazuka Press, 2012, p. 68-84.

GAIBAZZI, Paolo. West African strangers and the politics of inhumanity in Angola. American Ethnologist, v. 45, n. 4, 2018, p. 470-481. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/amet.12702

GARCÍA, Javier. Cuaderno de bitácora: llena de vida. El Exportador, n. 82, 2005, p. 32-34.

GESTOSO, José. Los estereotipos sociales: el proceso de perpetuación a través de la memoria selectiva. Madrid: Universidad Complutense de Madrid, 1993.

Governo de Angola. Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027: Impacto Socioeconômico Sustentável. Luanda: Ministério do Planeamento, 2023.

GOYCOOLEA, Roberto et al. Procesos de urbanización en el África Subsahariana: el caso de Luanda, Angola. Quórum. Revista de Pensamiento Iberoamericano, n. 13, 2005, p. 11-19.

GRÖGER, André; KLUMP, Rainer. The Vietnamese-Chinese Migration Industry in Angola. HASHIM, Azirah; GRAF, Arndt (eds.). African-Asian Encounters: New Cooperations and New Dependencies. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2017, p. 133-152.

IMF (International Monetary Fund). Angola: 2024 Article IV Consultation-Press Release; Staff Report; and Statement by the Executive Director for Angola. Washington: IMF, 2025.

INE (Instituto Nacional de Estatística). Resultados definitivos do recenseamento geral da população e da habitação de Angola 2014. Luanda: INE, 2016.

______. Relatório dos resultados do recenseamento de empresas e estabelecimentos REMPE-2019. Luanda: INE, 2019.

______. Indicadores de emprego e desemprego: inquérito de emprego em Angola. Luanda: INE, 2025.

INGLÊS, Paulo. Globalizzazione, mobilità umana e creatività: rivistando categorie a partire da tre casi di migrazione forzata in Angola. REMHU, Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, Brasília, v. 26, n. 54, dez. 2018, p. 95-113. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-85852503880005406

IZCARA-PALACIOS, Simón. Redes migratorias versus demanda laboral: los elementos que moldean los procesos migratorios. Convergencia, v. 18, n. 57, 2011, p. 39-59.

JAMES, W. Martin. Historical Dictionary of Angola. Maryland: Rowman & Littlefield, 2018.

LOPES, Carlos M. Mercado Roque Santeiro en el corazón de la economía informal de Luanda. Nova África, n. 22, 2008, p. 7-30. DOI: http://dx.doi.org/10.4000/ras.1094

LOPES, Carlos M. Refugiados, reintegração e mobilidade interna: um olhar sobre o caso angolano, 2002-2018. REMHU, Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, Brasília, v. 26, n. 54, dez.

2018, p. 61-76. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-85852503880005404

MALAQUIAS, Assis. China is Angola’s New Best Friend for Now. In: ALVES, Ana; POWER, Marcus (eds.). China and Angola: A Marriage of Convenience? Cape Town: Pambazuka Press, 2012, p. 26-44.

MENDES, Carmen Amado. The Prospects for Increased Cooperation Between China, Angola, and Portugal. In: LI, Yichao et al (eds.). The Palgrave Handbook on China-Europe-Africa Relations. London: Palgrave Macmillan, 2025, p. 1121-1132.

Migration Data Portal. Angola: Key migration statistics. 2025. Disponível em: <https://www.migrationdataportal.org/international-data?i=stock_abs_&t=2024&cm49=2>. Acedido em: 22.07.2025.

MILAGRES, Simão; SANTOS, Lutina. Fluxos migratórios em Angola: novos contextos e desafios. Luanda: Mayamba Editora, 2018.

OLIVEIRA, Soares. Magnífica e miserável: Angola desde a guerra civil. Lisboa: Tinta da China, 2015.

OYA, Carlos; WANDA, Fernandes. Condições de emprego em Angola: Construção de obras públicas e indústria de materiais de construção. SOAS e FEC-UAN, 2019. Disponível em: https://www.soas.ac.uk/idcea. Acedido em: 29.08.2025.

PARK, Yoon Jung. Chinese Migration in Africa. Johannesburg: South African Institute of International Affairs, 2009.

PEDERNEIRA, Ricardina. Faça negócios em Angola: o guia essencial para investir e fazer negócios nesta economia em rápido crescimento. Gorleston: Rethink Press, 2015.

PEREIRA, Ana Cristina. Movimento perpétuo-histórias da migração portuguesa. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2016.

PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano: Construir a Paz Social Angola 2004. Luanda: PNUD-Angola, 2005.

QUINTÃO, Amália; REGINA, Santos. Chinese Corporate Practices in Angola-Myths and Facts. In: POWER, Marcus; ALVES, Ana (eds.). China and Angola: A Marriage of Convenience? Cape Town: Pambazuka Press, 2012, p. 145-161.

RAVENSTEIN, Ernest George. The Laws of Migration. Journal of the Royal Statistical Society, v. 52, n. 2, 1885, p. 241-305.

RODRÍGUEZ, Lorenzo Cachón. Itinerarios laborales de los inmigrantes: mercado de trabajo y trayectorias sociales. In: CUBILLO, Andrés (ed.). Los inmigrantes y el mundo del trabajo. Madrid: Universidad Pontificia Comillas, 2003, p. 41-78.

SANTOS, Orlando. Mamãs quitandeiras, kínguilas e zungueiras: trajetórias femininas e quotidiano de comerciantes de rua em Luanda. Revista Angolana de Sociologia, n. 8, 2011, p. 35-61. DOI: http://dx.doi.org/10.4000/ras.510

SCHUBERT, Jon; SUMICH, Jason. Unseeing urban divides in Luanda and Maputo. Environment and Planning D: Society and Space, 2025, p. 1-16.

SEGAL, Uma A. Globalization, migration, and ethnicity. Public Health, n. 172, 2019, p. 135-142. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.puhe.2019.04.011

SERBAN, Mónica. Mecanismos de desarrollo de la migración a nivel de comunidad: redes de migrantes y tipos de vínculos. Migraciones, n. 21, 2007, p. 159-188.

UCAN (Universidade Católica de Angola). Relatório Econômico de Angola 2013. Lisboa: Leya, 2017.

______. Relatório Social de Angola 2016. Luanda: Universidade Católica de Angola, 2017.

VERDE, Rui Santos. Angola at the Crossroads: Between Kleptocracy and Development. London: Bloomsbury Publishing, 2021.

WILDNER, Ir Marlene. Ação sócio-pastoral das missionárias scalabrinianas na fronteira República Democrática do Congo/Angola. REMHU: Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, 2015, v. 23, n. 44, p. 259-263. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-8585250319880004416

WORLD BANK. Private Solutions for Infrastructure in Angola. Washington: World Bank, 2005.

Downloads

Publicado

2025-11-06

Como Citar

Chico , A. (2025). Angola: economia e empreendedorismo dos migrantes. REMHU, Revista Interdisciplinar Da Mobilidade Humana, 33, e332144. https://doi.org/10.1590/1980-858525038800033107

Artigos Semelhantes

1-10 de 314

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.