Celebrando o legado de Papa Francisco para as Migrações
O Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM) e a Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana (REMHU) querem fazer memória e celebrar a vida e o ministério de Papa Francisco, uma voz profética no mundo contemporâneo, especialmente no que diz respeito às pessoas migrantes e refugiadas.
Desde sua primeira viagem apostólica à Ilha de Lampedusa, em 2013, o bispo de Roma enfatizou seu compromisso em prol da promoção dos direitos de migrantes e refugiados, denunciando a “globalização da indiferença” que gera “corações anestesiados” diante da matança no Mediterrâneo ou, nos anos sucessivos, da matança em Gaza e em todas as guerras ao redor do mundo (“terceira guerra mundial em pedaços”).
Francisco denunciou também as causas das migrações forçadas, a construção de muros materiais e imateriais (“Quem pensa em construir muros e não em construir pontes não é cristão”), bem como a desumanização da população migrante: “Nunca se dirá que não sejam humanos [os migrantes], mas na prática, com as decisões e a maneira de os tratar, manifesta-se que são considerados menos valiosos, menos importantes, menos humanos” (FT, n. 39).
Durante seu pontificado, reivindicou os direitos de minorias e de grupos sociais historicamente discriminados, incentivou o diálogo ecumênico e interreligioso (“a cultura do encontro”), promoveu a preservação da Casa Comum - o planeta Terra - e, principalmente, o compromisso inadiável com a “fraternidade (sororidade) universal”, que visa “reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita” (FT, n. 1).
Que o legado de Francisco nos impulsione na construção de sociedades inclusivas e solidárias, onde ninguém é “estrangeiro”.