Quando os (des)afetos “fazem famílias”. Não-ditos, mentiras e fracassos nas trajetórias de migração em Cabo Verde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-85852503880006012%20

Palavras-chave:

migrações, segredos, mentiras, famílias, etnografia, Cabo Verde

Resumo

No presente artigo, pretendo complexificar o que venho chamando de “fazer família à distância” ao refletir sobre os segredos, os não-ditos, as mentiras, as manipulações e os fracassos que permeiam e constituem as relações sociais familiares entre aqueles que emigram e os que ficam. Minha intenção é perguntar o que podemos aprender sobre tais relações quando tomamos como ponto de partida não os laços de trocas, partilha e solidariedade, mas as formidáveis estratégias de manipulação de si e das experiências migratórias. O artigo explora como segredos, mentiras e omissões, alimentam o espaço social migratório no qual se atualizam as relações familiares. Indo além, abordarei como se dão aquelas trajetórias que, supostamente realizadas em prol do bem-estar de todos, muitas vezes levam ao sofrimento, às rupturas e ao abandono. Os dados que apresento são oriundos de pesquisas em duas ilhas, a Ilha da Boa Vista e a ilha de Santiago...

Biografia do Autor

Andrea Lobo, Universidade de Brasília

Universidade de Brasília, Departamento de Antropologia Social. Brasília - DF, Brasil. E-mail: andreaslobo@yahoo.com.br.

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Publicado

2020-12-30

Como Citar

Lobo, A. (2020). Quando os (des)afetos “fazem famílias”. Não-ditos, mentiras e fracassos nas trajetórias de migração em Cabo Verde. REMHU, Revista Interdisciplinar Da Mobilidade Humana, 28(60). https://doi.org/10.1590/1980-85852503880006012